quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Em construção

Apesar das experiências de jornalismo colaborativo já existirem com sucesso há algum tempo (vide o slashdot.org, que já existe há dez anos), só agora, em 2007, os grandes portais brasileiros começaram a flertar com o recurso. Como é costume no Brasil, há um certo conservadorismo e um medo de ousar, até entre os próprios jornalistas que, muitas vezes, acham que podem perder o emprego para o público com suas contribuições.

O que quem tanto teme não pensa é que o jornalista ainda tem uma função absolutamente imprescindível nesse novo modelo de notícias na rede: editar. É claro que sempre aparecerá alguém, com boas ou más intenções, que irá mandar alguma notícia falsa. Cabe ao jornalista, então, checar as informações mandadas pelo público e, se for o caso, descartar as besteiras.

O mais interessante no jornalismo colaborativo é a possibilidade de receber notícias de todas as partes do país, onde a redação nunca teria acesso. Esta vantagem pode levar a web a ser um meio de comunicação com uma variedade muito maior de notícias, deixando de ser a mesmice de hoje com informações absolutamente idênticas em todos os portais.

Ao mesmo tempo, o jornalismo colaborativo não tiraria o espaço das reportagens feitas por profissionais formados, afinal, ainda é necessário ter repórteres em Brasília, por exemplo. Nesse caso, não há porque utilizar uma notícia enviada pelo público já que há uma equipe preparada para fazê-lo. No que diz respeito às imagens ocorre o mesmo, já que fotógrafos contratados certamente farão imagens melhores do que fotógrafos amadores.

A grande questão é o aumento exponencial das possibilidades e das pautas, fato que, invariavelmente, fará com que o jornalismo na internet fique bem mais instigante.

Isso porque deveria haver mudanças na própria linguagem do jornalismo na internet, que ainda "pensa" da mesma forma que o impresso, mas aí a discussão é outra.

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